terça-feira, 17 de março de 2009

Zé e o estudo da ponte

Um causo: um camarada amigo nosso do grupo, uma vez fez o estudo da ponte em uma reunião de Alvo. O nome dele era Zé: um cristão que se desenvolvia bem, no seu ritmo, crescia na vida com Deus e que queria ver o restante do mundo inteiro também vivendo ao lado do Pai.

Mesmo estando muito animado, ele só fez o estudo – não releu nada em casa, não treinou com nenhum amigo aquelas ideias além daquele dia, não tirou dúvidas, muito menos falou com pessoas sobre o que havia aprendido. Acontece que ele viu, de maneira clara, Deus abrir portas para que ele falasse de Cristo.

Na primeira vez, Zé sentiu-se mal por não saber como proceder e ficou calado, mas, após o ocorrido não voltou a estudar sobre o assunto. Da segunda vez ele até quis muito falar, mas não teve coragem, afinal, lembrava menos ainda do que havia aprendido e mais uma vez nem releu o estudo. Da terceira vez ele até falou, mas foi tão inseguro que seu ouvinte não o entendeu, fez algumas perguntas simples e ele saiu da conversa questionando sua vida cristã com as dúvidas do colega.
Passado isso, ele finalmente acordou para vida, voltou a ler o que havia anotado no estudo e procurou sanar não só as dúvidas de seu amigo, bem como toda e qualquer que alguém pudesse ter. Ah, agora sim ele estava preparado. Sabia sobre religiões e suas diferenças, sabia sobre os deuses que as pessoas geralmente idolatravam e conhecia a fundo o problema da solidão do homem. Ele se sentia mais preparado que o Billy Graham.

Zé saiu então pela rua para falar de Cristo. Foi a praças e parques, a shoppings e bares. Conversou com todos os seus amigos e familiares sobre Jesus e sua obra. Ao final de tudo ele, exausto de tanto trabalho, ponderou e viu que só havia feito inimigos e que nada havia mudado na vida de ninguém – a única pessoa que havia aceitado a Cristo após discutir com ele foi buscar alívio em outra religião, distante do cristianismo.

O que nosso amigo Zé fez de tão errado nas duas situações? Ele, a princípio, negligenciou a ordem de Jesus de irmos pelo mundo e pregar o evangelho a toda criatura (Mc 16:15). Depois, quis convencer o mundo daquilo que acreditava a qualquer custo, ignorando por completo a existência de um Deus.
Historinha à parte, a primeira coisa que temos de ter claro é que anunciar as boas novas não é só para quem gosta muito do tema e/ou para clérigos – Jesus quer, com certeza, que todos nós falemos dele para as outras pessoas. Outra coisa que temos de ter esclarecido é que não temos nem o dever, muito menos a capacidade de convencer ninguém de nada, é o Espírito Santo quem faz isso (Jo 16:8), ademais, Deus ama muito mais as pessoas para quem falamos do que nós conseguimos amar.

Na primeira atitude do personagem Zé, ele deixou de viver muita coisa bacana com Deus e aleijou o corpo de Cristo não exercendo sua função. Na outra, ele provavelmente sentiu-se culpado, sobrecarregado e triste por não ter alcançado seu êxito, a realização de seu autoprojeto. Escrevi essas coisas pensando em dois extremos, ambos negativos, a que poderemos chegar após o que aprendemos sábado.Temos sempre de ter em mente dois princípios básicos a respeito de fazer a ponte:


É um privilégio participar da vida dos outros em algo tão importante.
A idéia não é converter ninguém a nada, mas sim simplesmente dividir aquilo que tanto bem nos tem feito.


E você, como tem encarado tudo isso? As pessoas vão lhe ver como um cristão que busca falar ou vão vê-lo como um Zé?

Obs.: Publicado no Fórum Santo Antônio em 16/03/2009